segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Expansão Marítima Europeia - 7º Ano


Expansão marítima portuguesa

O pioneirismo português no século 15

Renato Cancian*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Desembarque dos portugueses no litoral brasileiro
descoberta do Brasilpor Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, foi o resultado de uma persistente e bem sucedida política de expansão marítima colocada em prática ao longo de muitos anos pela monarquiaportuguesa.

A construção das grandes embarcações e a organização de expedições marítimas que passaram a explorar os oceanos nos séculos 14 e 15 dependeram do progresso da náutica, com o desenvolvimento de instrumentos e de técnicas de navegação. Isso tudo só pôde se concretizar à medida que eram destinados expressivas somas de riquezas, as quais somente o tesouro de um Estado organizado e forte poderia suportar.

Dinastia de Avis

O pioneirismo português nas grandes navegações marítimas - que culminaram nas descobertas de novas terras, na expansão do comércio e na propagação da fé cristã - se iniciou em 1385, data da subida ao trono de dom João 1º, conhecido como Mestre de Avis. O reinado de dom João inaugurou em Portugal a dinastia de Avis. Ele obteve o apoio da nobreza e dos comerciantes do reino, setores sociais que naquele período eram mais influentes política e economicamente.

Com isso, dom João 1º pôde promover uma acentuada e progressiva centralização do poder monárquico, o que fez Portugal surgir como um Estado independente e bem armado militarmente. O país alcançou a estabilidade política e a paz interna, fatores que propiciaram o florescimento e crescimento do comércio estimulando, desse modo, as riquezas do reino. Essas condições foram fundamentais para colocar em prática a política de expansão marítima destinando recursos para as grandes navegações.

Posição geográfica de Portugal: de cara para o Atlântico

Em sua origem, a expansão marítima portuguesa esteve associada aos interesses mercantis da burguesia do reino, ávida na busca de lucros por meio do comércio marítimo com outras regiões, sobretudo com o Oriente.

Essa era uma forma de superar as limitações do mercado europeu, que estava em crise pela carência de mão-de-obra, pela falta de produtos agrícolas e a escassez de metais preciosos para cunhagem de moeda. Interessava a essa burguesia apoiar o poder real no empreendimento da expansão marítima, por meio das navegações oceânicas e dela extrair seus benefícios.

Portugal também gozava de uma localização geográfica privilegiada na península ibérica. Grande parte do seu território está voltada para o oceano Atlântico. Essa posição geográfica, juntamente com as condições sociais e políticas favoráveis, permitiram ao país se projetar como potência marítima. Coube ao infante D. Henrique - filho de D. João 1o - as iniciativas para fazer Portugal inaugurar as grandes navegações oceânicas.

Escola de Sagres

D. Henrique era um amante das ciências e, sob sua iniciativa, foi fundada a Escola de Sagres, que reuniu diversos especialistas como cartógrafos, astrônomos e marinheiros que possuíam conhecimento do que de mais avançado se sabia na época sobre a arte de navegar.

Foi na Escola de Sagres que foram realizados, em 1418, os primeiros estudos e projetos de viagens oceânicas. Foi nela que foram aprimoradas embarcações como a caravela e aperfeiçoados os instrumentos náuticos necessários a longas viagens, como a bússola e o astrolábio, que haviam sido inventados no Oriente.

Portugal passou a obter sucessivos êxitos no empreendimento ultramarino. O marco inicial foi a conquista de Ceuta, em 1415, localizada na costa do Marrocos. Em seguida, empreendeu esforços para chegar às Índias pelo mar, contornando a África.

Primeiro os portugueses conquistaram as ilhas atlânticas dos arquipélagos dos Açores, Madeira e Cabo Verde (1425-1427) para em seguida explorar a costa africana.

Em 1488, a esquadra comandada por Bartolomeu Dias conseguiu transpor o Cabo da Boa Esperança, localizado no extremo sul da África. Dez anos depois, a esquadra comandada por Vasco da Gama conseguiu ir adiante e navegar pelo oceano Índico, aportando em Calicute, extremo sul da Índia, em 20 de maio. Ambos os navegadores estavam a serviço de Portugal.

Grandes navegações

A expansão marítima espanhola

Newton Nazaro*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Os reis católicos: Isabel e Fernando
A Espanha foi o segundo país a se lançar na aventura das grandes navegações. A primeira viagem marítima financiada pelo país ocorreu em 1492, com Cristóvão Colombo, 77 anos depois de os portugueses invadirem Ceuta, no Reino de Fez (atual Marrocos), em 1415.

Vários motivos levaram a Espanha a esse "atraso" na busca de uma rota para o comércio de especiarias que não passasse pelo Mediterrâneo (controlado pelas cidades-estado de Gênova e Veneza), nem pela costa africana, conhecida pelos portugueses até o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente.

Um desses motivos foi a prioridade dada à reconquista da Península Ibérica, numa luta que se prolongou por 781 anos, a guerra mais longa de que se tem notícia. A vitória castelhana sobre o Califado de Granada, último reduto muçulmano na península, data exatamente de 1492.

Outro motivo foi a unificação tardia dos reinos cristãos de Leão, Castela, Aragão e Navarra. O passo mais importante nessa direção foi dado somente em 1469, quando o casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela deu origem ao Reino Católico de Fernando e Isabel, núcleo inicial do que viria a ser a Espanha.

Cristóvão Colombo e seu projeto polêmico

Em meados do século 15, o senso comum ainda afirmava que a Terra era um disco, redondo e plano, mas os estudiosos já sabiam que nosso planeta era um globo. Por esse motivo é que Colombo, que mantinha contatos com alguns dos sábios da época, defendia a ideia de chegar às Índias perseguindo o pôr do sol.

Na verdade, as teorias que serviam de base para os argumentos de Colombo eram de origem árabe e judaica (esse povos eram os herdeiros diretos da cultura da Antiguidade greco-macedônica), mas em um período histórico no qual predominavam a luta contra os árabes e a perseguição da Inquisição inclusive contra os judeus, era quase impossível aos cientistas o reconhecimento público de que a Terra era um globo.

Mesmos assim, a ideia de atingir o Oriente pelo Ocidente foi arduamente defendida por Colombo. Um debate travado entre ele e os padres da Universidade de Salamanca, em 1486, custou-lhe a exposição ao ridículo, a pecha de louco e quase uma condenação à fogueira da Inquisição, braço jurídico da Igreja Católica desde o Concílio de Trento.

Depois, ainda que tivesse conseguido a adesão de algumas pessoas influentes ao seu projeto de circunavegação, foi graças à influência do banqueiro judeu Santagel que Colombo ganhou a confiança da própria rainha Isabel de Castela. Finalmente, depois que a coroa espanhola obrigou a família Pinzón, de grandes navegadores, a se unir a Colombo, a viagem foi aprovada. Alguns historiadores, aliás, acreditam que, sem os conhecimentos náuticos do Oceano Atlântico que os Pinzón tinham, Colombo não teria ido muito longe.

As caravelas Santa Maria, Pinta e Nina

Finalmente, em 3 de agosto de 1492, a bordo da caravela Santa Maria,Cristóvão Colombo partiu do porto de Palos rumo ao oeste, seguido pela Pinta e pela Nina. Setenta dias depois, a esquadra chegou à ilha de Guanahani, nas Antilhas, rebatizada como San Salvador pelo próprio "Almirante das Índias".

Colombo faria, nos doze anos seguintes, mais três viagens à América. Na segunda (1493 a 1496), atingiu as ilhas de Cuba, Jamaica, Espanhola (Haiti e República Dominicana), Borinquén (Porto Rico), Guadalupe, Dominica e Martinica. Na terceira viagem (1498 a 1500), enquanto os portugueses Vasco da GamaPedro Álvares Cabralchegavam, respectivamente, à Índia e ao que viria a ser a costa brasileira, Colombo desembarcava na ilha de Trinidad e na costa norte da América do Sul.

Na quarta e última viagem (1502 a 1504), Colombo navegou pela costa da América Central, ainda na esperança de encontrar uma passagem para regiões produtoras de especiarias. Morreu em 1504, acreditando ter atingido um braço da Ásia e contrapondo-se à teoria de que, na verdade, as terras descobertas eram um novo continente. Tal ideia foi defendida por Américo Vespúcio, a quem coube a glória de ver seu nome dado, pelo rei Fernando, às terras recém-descobertas.

Ouro e prata impulsionaram colonização espanhola

Na disputa contra a nobreza - aliada do rei da Espanha - pelo governo das novas terras, o descobridor da América levou a pior. A ganância por cargos e riqueza aumentou a pressão dos nobres sobre o rei, e Colombo caiu no ostracismo.

Ouro e prata, no México e no Peru, impulsionaram a colonização espanhola desde a primeira metade do século 16. A organização da mão de obra indígena - chamada de mita no Peru e de quatequil no México - submeteu, sob a influência espanhola, grandes contingentes de nativos a jornadas desumanas nas minas. Havia também o chamado sistema de encomiendas(ou repartimiento), criado pelos espanhóis nas regiões em que não existisse um Estado indígena que já explorasse a mão de obra local ou dos povos dominados.

Não raro essas jornadas de trabalho terminavam em morte por exaustão. Ao redor dessas regiões, a agricultura e o pastoreio destinavam-se exclusivamente ao abastecimento dos polos de mineração. No mais, havia um quase vazio demográfico entre ambos.

O impacto do derrame de metais preciosos na Europa deu capacidade de importação de manufaturados à Espanha, em detrimento de seu próprio setor manufatureiro. Em toda a Europa, o significativo aumento da circulação de moedas provocou sua desvalorização e, consequentemente, um aumento generalizado nos preços.

Praticamente sem manufaturas, e com o declínio da produção das minas americanas, a Coroa espanhola viu-se em apuros em meados do século17. A aventura e os lucros da expansão marítima alçaram o país ibérico à condição de maior potência da Europa e do mundo. Mas esse posto foi ameaçado e tomado por duas potências ascendentes, Inglaterra e Holanda, antes que a primeira metade do século chegasse ao final.
* Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais, é autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: Gênese e Atuação Política -1972-1985" (Edufscar).

3 comentários:

  1. Professora Com Todo Respeito Quer Um Site ? Faso Pra Você Fala Com Migo >> Luca <<

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  2. Poxa Luca, meu site era só pra aprendizagem, só para postar os conteúdos de vocês. Eu não sou uma expert no assunto. Mas valeu o toque. Depois conversamos para ver o que dá para melhorar.

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  3. Ok . Mas Todos Que Entrao No Site So Vão Ler . Pq A Maioria Da Escola E Tudo Ruim De Computador , Eu Sou bom Que Quase Fico 10 Horas Por dia No PC , Tipo De Manha ai vo pra escola dps volto e paro as 2 da manha todo dia , Mas Se Vc Quiser O Site Eu Faso Na Boa . olha Aqui Que Eu Fiz Pro Moleque . >> site.aulagunz.com.br >> www.criando-portais.com >> www.webhacke.net >> Os Dominios .net .com e .com.br , e com vcs issu e pago ... .com.br 35R$ por ano .com 10R$ e outros 10R$ Tbm ...Valew

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